Seja bem vindo (a) ao Portal do Hóspede da Fazenda da Barra!

É um prazer ter você conosco! Esperamos que esteja aproveitando e usufruindo das melhores experiências na sua estadia. Aqui você encontrará dicas de passeios, um pouco da história da fazenda, nosso regulamento e um formulário para sugestões ou reclamações. 


DICAS DE PASSEIOS

Dentro da fazenda, você pode aproveitar, além da área de lazer, algumas cachoeiras e trilhas internas:

Poço do Segredo

Trilha de fácil acesso ao lado do casarão. Corredeiras e quedas d’água, suba pelo rio até a Ducha do Segredo.

Cascatinha

Pequena queda no final de uma trilha à direita das caixas d’água. No riacho da captação. Trilha curta.


Poço da Cruz

No Rio Formoso, a meio caminho para a Cachoeira da Mata. Poço para banho e sol.


Ruínas

Circuito interno pelos arredores do casarão, tanques de lavagem de café, muros de arrimo, terreiros, mata ciliar. Trilha das caixas d’água até as ruínas da senzala. 

Mirante do Arado

Trilha começa nas ruínas por trás do curral. Belo Mirante com vista 360°. 15 minutos de caminhada. É possível ir pelo pomar também. 



Caminho do Pomar

Subida pelo mangueiral passando pelas caixas d’água, pomar e capineira. Pode-se seguir daí para o Morro do Arado. Vê-se a Fazenda de cima. Há local para sentar.

Mirantes dos Escravos

Grupo de belos mirantes situados no mais antigo dos cafezais da fazenda. Há três acessos. A Trilha da Cava Velha (nome dado às estradas antigas), a Trilha da Cascata e a Trilha do Cafezal. Os nomes são uma homenagem aos escravos que marcaram a história da fazenda: Manuel Congo, Ludovina, Ignácio, Feliciano, Quintilhana, Epifânio e Justina. Com guia.

Trilha do Cafezal 

Leva até vários mirantes situados no mais antigo dos cafezais da fazenda. A trilha começa no pomar. Há uma placa.

Trilha da Cascata

Começa na Trilha do Cafezal, há uma placa. As trilhas se reencontram mais no alto. A trilha segue acompanhando o riacho até chegar em um lajeado com uma queda d’água, então continua subindo para o cafezal.

Cachoeira da Mata

No Rio Formoso, a 20 minutos de caminhada da fazenda. É também chamada Catarina. Há placa de sinalização.

Cavalos

Pequenas cavalgadas dentro da propriedade e no entrono próximo. Há custo!

Horta

No final do último terreiro próximo da figueira e dos suinãs centenários.

Como é o passeio a cavalo na fazenda?

Você pode cavalgar no entorno do casarão e gravamos um vídeo para você levar de lembrança, como esse:

Um pouco da história das Ruínas da Fazenda da Barra:

HISTÓRIA

A Fazenda da Barra foi construída entre 1851 e 1859 pelo Ten. Francisco Álvares de Magalhães, que veio de Minas Gerais com sua mãe, a viúva Porcina Luzia de Magalhães e seu irmão, o Cap. Roque Álvares de Magalhães.

Com a morte do pai, Joaquim Álvares Vieira, em 1851, Francisco, então com apenas 19 anos de idade, herdou pouco menos de sete contos e oitocentos mil réis. Dessa soma constavam seis escravos e as terras “da estrada para cima” (Caminho Novo da Piedade – atual Estrada dos Tropeiros), além de animais de carga.

O Ten. Francisco e o Cap. Roque casaram com duas das filhas de José Celidôneo Gomes dos Reis, proprietário da Fazenda Formoso, situada à beira do caminho novo (atualmente o Hotel Fazenda Clube dos 200) respectivamente, Marianna e Maria do Carmo. Posteriormente dois dos filhos de Francisco e Marianna (Nicanor e Arlinda) casaram com seus primos, Maria Ambrozina e Olimpio, respectivamente, filhos de Roque e Maria do Carmo. Estes casamentos entre primos, arranjados pelos pais, tinham por objetivo fortalecer os laços políticos e econômicos entre as famílias, bem como evitar a fragmentação dos bens nas sucessões hereditárias. Outra filha de Francisco, Clotilde, também casou com um primo, filho de um irmão de Marianna.

Inicialmente os Magalhães construíram as fazendas da Barra e Catadupa e posteriormente as fazendas Guanabara e do Bonito, para seus filhos.

Em 1851, o Ten. Magalhães  Em 1851 o Ten. Magalhães encontrou aqui uma floresta exuberante (Mata Atlântica com milhões de anos de evolução), árvores de até 40 metros de altura e água em abundância. Havia também muitas pedras brutas que foram trabalhadas para a construção dos muros de arrimo, fundações e colunas da casa grande, senzala, tulha, tanques e casa de máquinas. Os três terreiros de café eram totalmente pavimentados com massa de cal e pedras. O escoamento da água era feito por galerias subterrâneas de pedra. As paredes do porão na frente da casa grande e as do jardim interno são feitas de pedra, com 60 cm de espessura. As demais paredes dos porões são de adobe, com 20 cm de espessura, e emboçadas com massa de cal.

As paredes superiores são feitas de pau a pique e emboçadas com massa de cal. Esse tipo de estrutura é uma trama de caules ripas de palmeira, amarrados com cipó São João e preenchidos com barro. Na casa, além das pedras, foram usadas toras de madeira nobre, lavradas muitas vezes à mão e com encaixes perfeitos. As telhas foram feitas manualmente pelos trabalhadores escravizados, que usavam fôrmas rústicas as quais, segundo a lenda, seriam as próprias coxas, daí a expressão: “feito nas coxas”. O pé direito alto, o grande número de janelas e a presença do jardim interno revelam a preocupação com a iluminação da casa. A presença de vidros do lado externo significava poder, já que o vidro era uma novidade cara. Assim como os acabamentos do telhado, conhecidos como eiras e beiras, os beirais das casas e seus adornos.


As roças de café foram abertas nos morros ao redor da Fazenda. No interior das matas ainda há sinais das estradas, cavadas à enxada, que serviam de acesso às roças e ao escoamento do café até os tanques de lavagem e posteriormente aos terreiros.

Após a secagem o café seguia para a casa de máquinas, onde uma bateria de pilões, movida por uma imensa roda d’água, quebrava a casca. A separação da casca era feita com peneiras onde o café é jogado para e alto e “abanado”.

A remoção da última película dos grãos, chamada papiro, era feita manualmente por trabalhadores escravizados, que faziam também a seleção dos grãos em três qualidades, que eram ensacados separadamente e armazenados na tulha. De lá seguia de mulas até o litoral onde era embarcado. A partir de 1877 ia para Formoso, de onde seguia de trem através da Ferrovia Resende – Bocaina.

Em Formoso há ruínas da antiga estação, porém encontra-se em estado lamentável envolta pelo mato.

Durante quarenta anos se produziu uma quantidade considerável de café que fez a riqueza de muitas famílias. Entre 1850 e 1890 a população humana da fazenda de café, contando os escravos e os trabalhadores brancos, que viviam não apenas ao redor dos terreiros, mas também em edificações distantes, chegava à casa das centenas. Havia trabalhadores de todo o tipo, pedreiros, carpinteiros, ferreiros, arrieiros, mestres de obra e até boticários. Quase tudo era produzido nas próprias fazendas. A Fazenda da Barra chegou a possuir em torno de 100 escravos que habitavam os sete lanços de senzalas, dos quais dois ainda se encontram de pé. 

O método agrícola para o preparo da terra era o desmate, com posterior queima e plantio (coivara – método emprestado dos nativos da terra). Os pés de café eram dispostos em linhas de morro acima, para melhor observar o trabalho dos escravos. Esse fato favorecia a erosão do solo pela chuva e a consequente diminuição progressiva da produtividade. O solo antes fértil, por estar protegido pela floresta, se esgotava rapidamente e novas roças eram abertas.

Esse método de plantio fez desaparecer grande parte da mata virgem. Além do rápido esgotamento do solo, a proibição do tráfico internacional de escravos (Lei Eusébio de Queiróz – 1850) e, posteriormente, a abolição da escravatura, fizeram a ruína da elite cafeeira que, endividada, acabou perdendo suas terras.


Em 1890, data da morte do ten. Magalhães, havia aqui 337 mil pés de café em um espaço de 324,5 alqueires, dos quais 215 eram ocupados por capoeiras, pastos e cafezais velhos. O ten. Magalhães possuía ainda três casas na cidade, a Fazenda da Entrada com 1200 alqueires, a Fazenda da Posse com 450 alqueires e a Fazenda do Bonito com 400 alqueires, todas para a produção de gado.

A Fazenda da Barra, após a morte da viúva do ten. Magalhães em 1894, foi vendida em 26 de junho do mesmo ano ao Visconde de São Laurindo (Laurindo José de Almeida), proprietário de terras em Bananal.

A casa sede da Fazenda da Barra foi entregue vazia e os bens pessoais de seus donos foram, mais tarde, pulverizados entre os herdeiros.

           Em 1908 fundou-se o Núcleo Colonial Bandeirantes, que dividiu as terras em lotes de 10 alqueires e os vendeu a uma colônia mista de austríacos, poloneses e alemães. Em 1923 a Fazenda da Barra foi adquirida em leilão pelo Dr. Salvador Felício dos Santos, que é bisavô da atual proprietária, Sra. Daniela Marques de Oliveira.


A partir dos anos 20 a Fazenda da Barra passou por diversos microperíodos econômicos. Começando com a pecuária leiteira e de corte, passando pela extração das madeiras nobres, que ainda existiam no alto do Vale do Segredo, e pela produção de lenha e carvão a partir das matas secundárias.

No início do século XX os novos colonos plantavam milho, feijão, arroz, café, hortaliças, cana, batata doce, frutíferas e até fumo, além da criação de gado leiteiro e de pequenos animais como galinhas, patos, porcos, etc. Aos poucos, à medida que a fertilidade do solo foi se esgotando gradativamente e as leis ambientais foram se modernizando, as roças foram dando lugar a pastagens e a pecuária leiteira se estabeleceu como única atividade econômica.


Com a criação do Parque Nacional da Serra da Bocaina em 1971, que engloba grande parte do município de São José do Barreiro, as belezas naturais da região começaram a chamar a atenção, dando inicio a uma demanda turística, inicialmente voltada ao Parque Nacional. O voo livre foi durante muitos anos o grande atrativo da cidade, que hoje se volta também para as cachoeiras, os picos, as trilhas e as cavalgadas. Redescobre-se a importância do turismo cultural e histórico e algumas propriedades, entre elas a Fazenda da Barra, adaptaram-se para receber esse tipo de turista. A atividade turística em São José do Barreiro é diversificada; envolve aventura, lazer, turismo rural, ecoturismo e turismo cultural. Surge paralelamente à atividade turística a consciência ambiental e patrimonial, ao mesmo tempo em que se fomenta a integração do produtor rural a essa nova atividade.

O ecossistema local passou de mata primária, extremamente rica e diversificada, à monocultura de café acabando por chegar a uma formação de campos mantidos pelo fogo. O capim gordura, que é africano e veio involuntariamente nos porões dos navios negreiros, se mostrou uma invasora hábil e resistente. Povoou durante décadas os campos da região. Com o declínio progressivo da fertilidade e aumento da acidez, o solo foi sendo tomado de “pragas” como a samambaia, o sapê, o rabo de burro e a barba de bode (capins nativos típicos de áreas degradadas). Nesses locais os produtores de leite plantam a brachiária (capim também africano), que é muito resistente à acidez e palatável ao gado. Continua-se a praticar a queimada e a transformação de floresta em pasto, mas em escala decrescente.


A Fazenda da Barra dedica-se atualmente à preservação e a recuperação da Mata Atlântica com o plantio de árvores nativas, ao turismo histórico cultural através da visitação, além de hospedagem, alimentação, ecoturismo, lazer e cavalgadas. Também à apicultura e à produção de hortaliças e frutas para o consumo interno.

A Fazenda da Barra situa-se no encontro dos rios Segredo e Formoso, na encosta da Serra da Bocaina a 750m de altitude. No Vale do Segredo capoeiras e matas secundárias estão em acelerado processo de recomposição, graças principalmente à existência de um centro budista na Pedra Redonda. Já na Serra do rio Formoso predominam os campos de braquiária, plantados como pastagem para o gado leiteiro.

Existe na região uma fauna nativa adaptada ao ambiente. Quase uma centena de espécies de aves e variadas espécies de mamíferos, anfíbios, répteis e peixes, além de uma infinidade de invertebrados.

Há capões de mata secundária com 40 anos ou mais e a tendência, com o desenvolvimento do turismo, é o incremento na regeneração da Mata Atlântica.

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